Prefeitos e vereadores terão de encarar eleição sem
financiamento privado
Carentes de recursos do governo federal para prometer obras de
infraestrutura ao eleitorado, prefeitos terão de contar com a credibilidade
para conquistar votos nas urnas
03/01/2016 08:00
Em meio à crise política e econômica, às novas fases da Operação Lava-Jato, a
análises de cassação de deputados e senadores e a um processo de impeachment
aberto contra a presidente da República, Dilma Rousseff, o ano de 2016 tem mais
um desafio pela frente: a primeira eleição municipal sem financiamento privado
de campanha. Carentes de recursos do governo federal para prometer obras de
infraestrutura ao eleitorado, prefeitos terão de contar com a credibilidade
para conquistar votos nas urnas.
Com o país em recessão, a inflação altíssima (cerca
de 10,8%, segundo estimativas do Banco Central), taxa de juros elevada, seguida
de aumentos da conta de luz, ondas de demissões — o número de desempregados
deve bater 10 milhões nos próximos meses — e a maior alta do dólar — atingiu R$
4 — desde a criação do Plano Real, as cinco mil prefeituras do país terão
reduzido o potencial de promessas de obras de melhorias aos municípios. “Há 64
mil empenhos do governo federal que estão em dívida com os municípios. Isso faz
um total de R$ 36 bilhões empenhados. E não estou falando de coisa prometida,
como as viagens que Dilma faz com governadores sobrevoando enchentes”, criticou
o presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski.
Balanço da CNM mostrou uma queda de pelo menos 15% nos repasses financeiros às cidades. “Fechamos o FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e vimos que o governo mandou 15% menos do que foi previsto e orçado. Eram esperados R$ 91,3 bilhões para o Brasil inteiro, mas o valor fechou em R$ 84,2 bilhões, algo em torno de R$ 7 bilhões a menos. Isso falando só de repasse do fundo, que é uma transferência constitucional, republicana”, atacou o presidente
Balanço da CNM mostrou uma queda de pelo menos 15% nos repasses financeiros às cidades. “Fechamos o FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e vimos que o governo mandou 15% menos do que foi previsto e orçado. Eram esperados R$ 91,3 bilhões para o Brasil inteiro, mas o valor fechou em R$ 84,2 bilhões, algo em torno de R$ 7 bilhões a menos. Isso falando só de repasse do fundo, que é uma transferência constitucional, republicana”, atacou o presidente
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