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GRAJAÚ .SUL DO ESTADO, NODESTE MARANHÃO, Brazil
RADIALISTA,PROFESSOR. E MESTRE DE CULTURA POPULAR. MESTRE DE OBRAS(PEDREIRO). fundador dos blocos de carnaval:XIRI MOLHADO, BAIRRO RODOVIÁRIO. E UNIDOS DO CANOEIRO, NO BAIRRO CANOEIRO.E DO GRUPO FOLCLÓRICO UNIDOS DO CAMPO, BAIRRO RODOVIÁRIO. FUNDADOR DO NÁUTICO FUTEBOL CLUBE, BAIRRO RODOVIÁRIO.EX PRESIDENTE DA LIGA ESPORTIVA DE GRAJAÚ. OBJETIVO DO BLOGGER,É MOSTRA INFORMAÇÕES DE GRAJAÚ. EM ESPECIAL POLÍTICA E CULTURA. Obs: este blogger atende somente a interesses do seu titular, sem vínculos com ninguém.

domingo, 4 de janeiro de 2015

Sarney. Do Céu ao Inferno mesmo assim o Maranhão deve muito a ele.


Anjos e demônios

Política 



Por Abdon Marinho
Todo progresso do Maranhão é devido a Sarney. Toda desgraça do Maranhão é devida a Sarney. Assim inicio esse texto sobre o fechamento do ciclo político comandado pelo senador “maranho-amapaense” José Sarney (neologismo criado pelo saudoso jornalista Walter Rodrigues).
Agora e pelos próximos anos esse será o discurso dos aliados e adversários do grupo Sarney. Embora um e outro não reconheçam, ambos os argumentos, com os seus “senões”, estarão certos, conforme a ótica de quem vê e interpreta os fatos no Maranhão, cada um puxando a brasa para a sua sardinha.
Artigos do próprio ex-presidente, dos seus inúmeros aliados e todo seu aparato midiático (incluindo jornais, TV’s, rádios, canais de internet, blogues), já faz tempo, tentam vender o legado do Saneysmo de méritos e bonanças, creditando-lhe grandes obras de infra-estrutura como o Porto do Itaqui, rodovias, ferrovias; desenvolvimento econômico, empresas instaladas; situação financeira, etc.
Os adversários valem-se dos números africanos dos indicadores sociais para mostrar o atraso a que foi submetido o estado em quase 50 anos de dominação de um mesmo grupo.
O Maranhão é campeão entre os que recebem bolsa-família, com quase 50% (cinquenta por cento) de sua população como beneficiaria, ocupa as últimas posições em desenvolvimento humano, últimas posições entre os estados onde ocorre mais óbitos infantis, a educação na rabeira em toda pesquisa do ENEM, do PISA, da Prova Brasil e de qualquer outra avaliação que se faça; a violência, representada pela matança indiscriminada, pelo tráfico de drogas, assaltos, tornou o estado um dos lugares mais perigosos do mundo para se viver; menor per capita de policial, de médico a desigualdade social mostra o estado vivendo seu apogeu da Idade Média.
Ambos os lados, na incapacidade de enxergarem o quadro como um todo, olharão e difundirão a versão que for mais conveniente.
Faz parte da política maranhense a visão maniqueísta das coisas. O bordão mais comum por aqui é: “do meu lado até o que não presta é bom, do outro lado até o que é bom não presta”.
Assim, com verdades convenientes, meias verdades e mentiras inteiras, os grupos políticos continuarão a sua busca incansável, para manter, conquistar ou retornar ao poder. Veremos e torçamos para que façam isso em sintonia com os anseios e as necessidades dos cidadãos.
Embora ache prematuro dizer-se que o grupo que deixa o poder não tem chance de retorno, enfrenta suas dificuldades, das quais, a principal é a falta de um líder sagaz e com conhecimento político do estado. Prova maior disso é o candidato que escolheram para disputar a última eleição que a muitos pareceu uma piada de mau gosto e que causou mais afastamento do que união.
Outro ponto em desfavor é o modelo de “desenvolvimento” que dizem ter implantado no estado. Não esqueço uma declaração do senador, acompanhando a filha governadora, numa inauguração de uma empresa privada, em que saudava a industrialização que chegava ao Maranhão. Atribui a um ato falho.
Como é possível saudar a industrialização do Maranhão depois de tanto tempo no poder? O Brasil se industrializou para valer já nos anos cinquenta.
Como que só agora, em pleno 2014, estamos saudando este advento no Maranhão? Só posso atribuir a u lapso de memória.
Se estes são pontos negativos, por outro lado, os favorecem a comparação.
Em um texto anterior (bem antes das eleições), discorria sobre as dificuldades de um futuro governo de sucessão ao grupo Sarney.
Explicava o motivo. Em política, uma das formas de combate é a comparação entre o legado de realizações dos grupos. No caso do Maranhão não se terá, por um bom tempo, como fazer a comparação: após tanto tanto tempo de poder, não há qualquer parâmetro para comparar o que fez o grupo que deixa o poder com qualquer outro grupo que já esteve.
O Sarneysmo manda e desmanda no Maranhão há meio século. Em termos de longevidade, só é possível comparar com o Segundo Reinado. Nestes anos a realidade econômica do Brasil sofreu enormes modificações. O país deixou de ser eminentemente rural para urbano.
Tivemos um surto desenvolvimentista do período militar estimulando a colonização da região amazônica, os grandes projetos de integração, no qual o Maranhão foi “beneficiado”. Em termos de poder, nem se fala, o líder do grupo, está no cenário político nacional desde 1955, são sessenta anos acumulando poder, chegando a ocupar a Presidência da República por cinco anos.
O primeiro governo eleito no Maranhão desde os anos sessenta como oposição, foi o de Jackson Lago, que durou apenas dois anos , nos quais esteve sitiado nos Leões, não servindo de baliza para qualquer comparação.
Os desacertos do curto mandato, embora tenham contato com a participação efetiva de auxiliares sem compromisso, incapazes e corruptos, devem-se também à imensa sabotagem que sofreu tanto de dentro do aparelho do próprio governo – com suas engrenagens montadas e azeitadas pelos adversários –, à mídia inclemente, dominada pelos opositores, quanto ao domínio da política pelo senador Sarney no cenário nacional. Cabendo registrar, neste último, a decisiva participação dos líderes maiores do governo federal.
O próximo governo terá, pela primeira vez, em meio século, melhores condições para fazer uma efetiva mudança política no estado. Condições que, os que viraram oposição no governo, tiveram e que o único governo eleito na oposição, não teve. Em que pese ainda deter parcela de poder considerável na máquina federal, através do seu partido e influência junto aos tribunais, não resta dúvida que essa ingerência será bem menor a partir de agora do que foi até aqui.
O futuro governo terá a seu favor o fato de ter sido eleito com uma acachapante vitória, portanto, sem temer qualquer questionamento de mandato na justiça eleitoral, ter eleito senador e diversos deputados federais, contar com uma boa e talvez majoritária bancada na Assembleia Legislativa, possuir bom trânsito no governo federal e não contar com a oposição do grupo que perdeu o mando como menos influência nas hostes do poder federal.
O ineditismo possibilita que faça as mudanças que o povo que o elegeu tanto anseia.
Essa é a nossa torcida. Que o ano novo, que o governo novo, faça o Maranhão avançar e conquistar seu lugar no cenário nacional. Potencial para isso possui de sobra.
Um bom ano, um bom recomeço com paz e esperança para todos.
Abdon Marinho é advogado eleitoral.
Do Blog do Luis Cardoso

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