Eu também sou professor, também faço parte dessa
“corja”
ANTONIO DE PADUA |
ANTONIO DE PADUA
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Em nome dos profissionais da
educação de Grajaú lamentamos e repudiamos as declarações raivosas que circulam
nas redes sociais, contrárias à paralização de advertência dos professores e em
defesa da administração municipal. É ainda mais lamentável saber que a
destilação de todo esse veneno parte de alguns professores ligados a cargos da
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO. Dirigem palavras aos colegas que aderiram ao
movimento como “CORJA”, PREGUIÇOSOS, DESOCUPADOS e outros adjetivos, de modo a
deixar a categoria dos professores de Grajaú ultrajada e vilipendiada.
Na fala das colegas, conclamam os pais e toda a sociedade grajauense a uma espécie de exposição e julgamento “desses DESOCUPADOS” educadores. Temos certeza de que, nas condições em que se encontra a educação em Grajaú, quem sairia desse julgamento como “CORJA” seria a administração atual, que em palanques eleitorais prometeu salvar Grajaú e depois de eleita, além de um desempenho administrativo medíocre, se arroga no direito de afrontar professores em greve.
Mas será que, na condição de professores, nunca vamos aprender que a estratégia da classe dominante foi sempre essa? Dividir a maioria para poder dominar? Ainda não aprendemos a lição da história? Foi assim desde a época da colonização de Grajaú. Os povos indígenas resistiam e eram maioria, mas uma das estratégias para dominá-los era dividindo as tribos e colocando-as em guerra umas contra as outras.
Porque será que a cada nova administração municipal uma leva de companheiros e companheiras, alguns dos quais combativos nos históricos enfrentamentos do SINTEEGRA trocam suas salas de aula pelos gabinetes confortáveis do poder que nos oprime? Como diz FREIRE: “de oprimidos passam a opressores”? alguns, basta ocupar qualquer cargo de confiança, para, ao chegarem nas escolas, acharem que chegaram em uma senzala, sentem-se verdadeiros feitores. Percebemos que, da forma em que a coisa vai, além de professor apanhar de alunos, vai receber chibatadas também dos capatazes da SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO de Grajaú.
Os dominantes da época da colonização davam açúcar e cachaça para atrair e dominar os inocentes indígenas, hoje nos atraem com salas confortáveis nos gabinetes do poder; aos negros davam o direito de não trabalhar para aqueles que aceitassem empunhar um chicote para açoitar os que não trabalhassem; hoje dão a professores um cargo de confiança e o direito de andar nos saltos para pisotear, dividir e hostilizar os que fazem paralização ou greve. Paremos de ser feitores! Somos todos é Professores!
Sinceramente não vemos nenhuma obra ou ação desta administração que seja extraordinária ao ponto de deixar toda a população de Grajaú em silêncio. A retórica desta é o pagamento dos salários em dia? pagar em dia é obrigação, e o motivo da paralização é exatamente porque os direitos dos professores não estão em dia.
O SINTEEGRA é o espaço que nos une na luta pela conquista e garantia de direitos dos profissionais da educação, não só contra o prefeito Júnior de Sousa Otsuka, mas contra todos aqueles que tentarem se levantar contra os direitos desta digna categoria.
Recusamo-nos a acreditar que as professoras que nos hostilizam, talvez todas com formação acadêmica, ignorem a relação contraditória entre capital e trabalho; que esta não acontece de forma tranquila e que nessa relação o instrumento disponível após o diálogo é a greve! Recusamo-nos a acreditar que essas professoras ignorem a ideia de que, na condição de trabalhadores, somos todos explorados e que não há outra opção para enfrenta-los que não seja a união e a correlação de forças através dos instrumentos que no momento utilizamos, ou seja, as paralizações e as greves.
Repudiamos mais uma vez as palavras ultrajantes desta administração contra os professores de Grajaú e reafirmamos a nossa luta por:
- Transparência nas prestações de contas do dinheiro do FUNDEB;
- Terço de férias;
- Rateio em atraso;
- Quinquênio;
- Espaços físicos dignos nas escolas;
- Não ao fechamento das escolas do Campo;
-Transporte dos alunos da Educação do Campo e Indígena no tempo certo;
- Limitação do número de alunos por turma;
- Transporte dos alunos da EFA (Escola Família Agrícola);
- Fim das turmas juntas nos anos finais do ensino fundamental;
- Reposição de carteiras quebradas;
- Merenda escolar, etc.
Se o fato de o professor fazer greve por dignidade e direitos é ser “CORJA” ! Eu também sou professor! Também faço parte dessa “CORJA”! Junte-se a luta dos professores de Grajaú!
ESSA LUTA É DE TODOS NÓS!
* Antonio de Padua é professor e acadêmico do Curso de Pedagogia da UFMA
Na fala das colegas, conclamam os pais e toda a sociedade grajauense a uma espécie de exposição e julgamento “desses DESOCUPADOS” educadores. Temos certeza de que, nas condições em que se encontra a educação em Grajaú, quem sairia desse julgamento como “CORJA” seria a administração atual, que em palanques eleitorais prometeu salvar Grajaú e depois de eleita, além de um desempenho administrativo medíocre, se arroga no direito de afrontar professores em greve.
Mas será que, na condição de professores, nunca vamos aprender que a estratégia da classe dominante foi sempre essa? Dividir a maioria para poder dominar? Ainda não aprendemos a lição da história? Foi assim desde a época da colonização de Grajaú. Os povos indígenas resistiam e eram maioria, mas uma das estratégias para dominá-los era dividindo as tribos e colocando-as em guerra umas contra as outras.
Porque será que a cada nova administração municipal uma leva de companheiros e companheiras, alguns dos quais combativos nos históricos enfrentamentos do SINTEEGRA trocam suas salas de aula pelos gabinetes confortáveis do poder que nos oprime? Como diz FREIRE: “de oprimidos passam a opressores”? alguns, basta ocupar qualquer cargo de confiança, para, ao chegarem nas escolas, acharem que chegaram em uma senzala, sentem-se verdadeiros feitores. Percebemos que, da forma em que a coisa vai, além de professor apanhar de alunos, vai receber chibatadas também dos capatazes da SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO de Grajaú.
Os dominantes da época da colonização davam açúcar e cachaça para atrair e dominar os inocentes indígenas, hoje nos atraem com salas confortáveis nos gabinetes do poder; aos negros davam o direito de não trabalhar para aqueles que aceitassem empunhar um chicote para açoitar os que não trabalhassem; hoje dão a professores um cargo de confiança e o direito de andar nos saltos para pisotear, dividir e hostilizar os que fazem paralização ou greve. Paremos de ser feitores! Somos todos é Professores!
Sinceramente não vemos nenhuma obra ou ação desta administração que seja extraordinária ao ponto de deixar toda a população de Grajaú em silêncio. A retórica desta é o pagamento dos salários em dia? pagar em dia é obrigação, e o motivo da paralização é exatamente porque os direitos dos professores não estão em dia.
O SINTEEGRA é o espaço que nos une na luta pela conquista e garantia de direitos dos profissionais da educação, não só contra o prefeito Júnior de Sousa Otsuka, mas contra todos aqueles que tentarem se levantar contra os direitos desta digna categoria.
Recusamo-nos a acreditar que as professoras que nos hostilizam, talvez todas com formação acadêmica, ignorem a relação contraditória entre capital e trabalho; que esta não acontece de forma tranquila e que nessa relação o instrumento disponível após o diálogo é a greve! Recusamo-nos a acreditar que essas professoras ignorem a ideia de que, na condição de trabalhadores, somos todos explorados e que não há outra opção para enfrenta-los que não seja a união e a correlação de forças através dos instrumentos que no momento utilizamos, ou seja, as paralizações e as greves.
Repudiamos mais uma vez as palavras ultrajantes desta administração contra os professores de Grajaú e reafirmamos a nossa luta por:
- Transparência nas prestações de contas do dinheiro do FUNDEB;
- Terço de férias;
- Rateio em atraso;
- Quinquênio;
- Espaços físicos dignos nas escolas;
- Não ao fechamento das escolas do Campo;
-Transporte dos alunos da Educação do Campo e Indígena no tempo certo;
- Limitação do número de alunos por turma;
- Transporte dos alunos da EFA (Escola Família Agrícola);
- Fim das turmas juntas nos anos finais do ensino fundamental;
- Reposição de carteiras quebradas;
- Merenda escolar, etc.
Se o fato de o professor fazer greve por dignidade e direitos é ser “CORJA” ! Eu também sou professor! Também faço parte dessa “CORJA”! Junte-se a luta dos professores de Grajaú!
ESSA LUTA É DE TODOS NÓS!
* Antonio de Padua é professor e acadêmico do Curso de Pedagogia da UFMA
DO INFORMATIVO. GRAJAÚ DE FATO
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