Cooperativa recebe milhões por “Apoio administrativo” à prefeitura em Grajaú.
O prefeito de Grajaú, Júnior Otsuka, revela uma novidade na Administração Pública do país: o aluguel do mandato.
Foi justamente isso que ele fez com uma empresa chamada COOPMAR – COOPERATIVA MARANHENSE DE TRABALHO. Falamos empresa porque é exatamente isso que é a COOPMAR. Ela só tem de cooperativa o nome. Além de faturar com os benefícios fiscais de que gozam as cooperativas em nosso país. A COOPMAR, aliás, é uma visitante contumaz das páginas policiais em nosso estado e um dos maiores “clientes” da justiça trabalhista, com milhares de processos de trabalhadores que, dentre muitas reclamações, os levam ao banco dos réus por, simplesmente roubarem seus salários na cara dura.
A tal COOPMAR faturou em apenas dois anos, 2013 e 2014, a montanha de R$ 11.503.346,08, segundo dados do Portal da Transparência de Grajaú.
Isso soa como um verdadeiro despautério quando analisamos outros dados do Portal da Transparência relativos, por exemplo, ao exercício de 2014.
Em 2014, arrecadação da prefeitura com IPTU foi de R$ 279.536,21; o ISS é a principal arrecadação tributária de nossa cidade e arrecadou naquele ano R$ 4.526.864,24; a Merenda Escolar recebida do MEC foi R$ 1.180.933,36. Toda as transferências realizadas pelo governo do estado somaram R$ 8.099.648,81.
Esses números servem para ressaltar a dimensão do negócio, no pior sentido da palavra, feito entre Otsuka e a COOPMAR. Isso é um verdadeiro absurdo que, certamente, será objeto de análise dos organismos de controle e da justiça brasileira.
A farra feita com o dinheiro público é um verdadeiro libelo à ausência total de controle de um município sobre os gastos públicos. A tal cooperativa é contratada para realizar serviços de “apoio administrativo em caráter complementar”, seja lá o que isso quer dizer; recebe recursos de diversas fontes diferentes tais como FUNDEB, Fundo Municipal de Saúde, Fundo Municipal de Assistência Social e recursos próprios do município. Tudo isso desembocando em um mesmo e único contrato. Uma total bagunça do ponto de vista da contabilidade pública.
Essa parece ser mais uma daquelas despesas criadas pela turma de Otsuka e Abimael com objetivos nada republicanos.
Enquanto isso, centenas de pais e mães de famílias estão sem ver a cor dos salários por seus serviços, há seis meses sem receber; centenas de cidadãos doentes, esperando por mais de seis meses por cirurgias que poderiam e deveriam ser realizadas pela Rede Municipal de Saúde.
É esse o preço que se paga pela corrupção de gestores sem qualquer vergonha na cara, eles roubam lá, o cidadão paga o preço aqui. Às vezes com sua própria vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário