TONY RIOS NOTICIAS.

Minha foto
GRAJAÚ .SUL DO ESTADO, NODESTE MARANHÃO, Brazil
RADIALISTA,PROFESSOR. E MESTRE DE CULTURA POPULAR. MESTRE DE OBRAS(PEDREIRO). fundador dos blocos de carnaval:XIRI MOLHADO, BAIRRO RODOVIÁRIO. E UNIDOS DO CANOEIRO, NO BAIRRO CANOEIRO.E DO GRUPO FOLCLÓRICO UNIDOS DO CAMPO, BAIRRO RODOVIÁRIO. FUNDADOR DO NÁUTICO FUTEBOL CLUBE, BAIRRO RODOVIÁRIO.EX PRESIDENTE DA LIGA ESPORTIVA DE GRAJAÚ. OBJETIVO DO BLOGGER,É MOSTRA INFORMAÇÕES DE GRAJAÚ. EM ESPECIAL POLÍTICA E CULTURA. Obs: este blogger atende somente a interesses do seu titular, sem vínculos com ninguém.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

PADRE FÁBIO DE MELO DISCORDA DE OPINIÃO DE BLOG DO ESTADÃO

PE FÁBIO DE MELO RESPONDE MATÉRIA DO BLOG DO ESTADÃO SOBRE CASAMENTO GAY


O jornalista Roldão Arruda publicou no blog do Estadão a seguinte reportagem: “Na Tv, Padre Fábio de Melo defende casamento civil gay.” Ele não foi desonesto com o conteúdo, mas eu mudaria a manchete: “Na Tv, padre Fábio de Melo distingue união cível entre pessoas do mesmo sexo e casamento gay.”

O contexto da reportagem faz menção à resposta que dei no Programa “Altas Horas”, da Tv Globo, quando interrogado a respeito do assunto, minha resposta consistiu em salientar as duas dimensões da questão. A religiosa (casamento) e a civil (união que favorece direitos). E sobre isto gostaria de falar com mais delongas, uma vez que a Tv não nos permite tempo de qualidade para abordar temas tão complexos. 

Primeiramente, vale lembrar que as Igrejas cristãs são contra o casamento gay. E podem ser. Cada igreja tem seu código doutrinário e liberdade para isto. A Igreja Católica Apostólica Romana já se posicionou RADICALMENTE contra o casamento gay. E eu, como padre desta Igreja, não tenho autorização de emitir opiniões contrárias a ela.

Ponto. Como já fiz em outra ocasião, numa longa entrevista que dei à Folha de São Paulo, resolvi desdobrar a questão, pois há outro lado que precisa ser discutido e considerado para que não sejamos taxados de religiosos ingênuos e desinformados. Vale lembrar que esta reflexão não foi inaugurada por mim. Muitos padres, bispos, cardeais, inclusive Cardeal Bergoglio, hoje Papa Francisco, refletiram sobre esta distinção.

Moramos num país laico, isto é, o Estado não professa uma fé. Mas defende em sua constituição a liberdade religiosa. O Estado é gestado a partir de leis que não nascem nos altares. Elas nascem no Congresso Nacional, lá onde legislam os que foram eleitos por nós. Deputados e senadores trabalham, em âmbitos diferentes, na elaboração e aprovação das lei que norteiam direitos e deveres dos cidadãos.

Pois bem. A união civil entre pessoas do mesmo sexo é uma questão que não compete às igrejas, mas ao Estado. O casamento, sim, este diz respeito às Igrejas, pois são elas que pregam diariamente o significado da família, do amor e da tradição herdada, que nunca comportou o matrimônio de duas pessoas do mesmo sexo.

Mas o que podem as igrejas quando o assunto é o reconhecimento de uma sociedade (no cartório) entre duas pessoas que construíram uma vida em comum? Duas pessoas que edificaram um patrimônio e que precisam de leis que garantam seus direitos?

A questão ardilosa. As igrejas podem até opinar, protestar, manifestar indignação, mas não podem decidir. Em última instância, a resolução é do Estado, que da mesma forma que garante o direito de culto, garante também a indiferença religiosa. Isto significa que os cidadãos não são obrigados a seguir regras religiosas.

Algumas igrejas já decidiram que pretendem minar as forças do Estado. Qual a estratégia? Elegem vereadores, prefeitos, deputados, senadores, governadores e não demorarão a propor um presidente da República.

Basta dar uma olhada no grande número de deputados evangélicos nas bancadas estaduais e federais. É uma estratégia para quem pretende opinar e decidir para além de seus púlpitos. Eu não julgo a situação. Não digo se é boa ou ruim, mesmo porque eu nunca considerei que pertença religiosa é o mesmo que competência política. Religiosos no poder é um fato relativamente novo. Há alguns muito competentes e outros nem tanto. O tempo nos dirá.

A Igreja Católica sempre foi muito prudente na indicação de candidatos. Eu mesmo já fui repreendido por ter apoiado publicamente pessoas que eu considerava idôneas. E por isto não temos muitas notícias sobre “Bancada Católica” nas instâncias do poder. Talvez porque prefira a prudência, como em tantas outras questões.

Gosto de salientar que as regras civis não mudam em nada as regras dos verdadeiros cristãos. A liberdade cristã é uma instância superior às regras humanas. A carta de Paulo aos Gálatas é uma belíssima apologia a esta liberdade. A palavra do Santo Padre, o Papa, continua orientando os cristãos católicos pelo mundo. Nos países onde o aborto foi covardemente aprovado, as mulheres verdadeiramente cristãs continuam observando o valor supremo da vida.

E assim termino. Casamento gay é um assunto religioso, pois refere-se diretamente à instituição sagrada que as igrejas defendem: o matrimônio. E sobre isto podemos definir. União civil entre pessoas do mesmo sexo é uma questão do Estado. Podemos opinar, mas não decidir. A decisão ficará nas mãos dos que foram eleitos por nós.

A regra de Jesus continua valendo. “Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.” Mt, 22, 21.

Nenhum comentário: