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RADIALISTA,PROFESSOR. E MESTRE DE CULTURA POPULAR. MESTRE DE OBRAS(PEDREIRO). fundador dos blocos de carnaval:XIRI MOLHADO, BAIRRO RODOVIÁRIO. E UNIDOS DO CANOEIRO, NO BAIRRO CANOEIRO.E DO GRUPO FOLCLÓRICO UNIDOS DO CAMPO, BAIRRO RODOVIÁRIO. FUNDADOR DO NÁUTICO FUTEBOL CLUBE, BAIRRO RODOVIÁRIO.EX PRESIDENTE DA LIGA ESPORTIVA DE GRAJAÚ. OBJETIVO DO BLOGGER,É MOSTRA INFORMAÇÕES DE GRAJAÚ. EM ESPECIAL POLÍTICA E CULTURA. Obs: este blogger atende somente a interesses do seu titular, sem vínculos com ninguém.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

SER NEGRO É UM PRIVILÉGIO EX CATADOR DE LIXO HOJE MILIONARIO

Ser negro é um privilégio", diz ex-catador que ergueu negócio milionário
Por Guilherme Machado - iG São Paulo | 19/11/2015 10:00
Geraldo Rufino morou na favela e trabalhou no lixão; hoje, ele é dono de uma empresa que fatura até R$ 50 milhões ao ano
Um casal e oito filhos. O mais novo, Geraldo Rufino, brincava com os irmãos nos carros de boi da roça do pai, no interior de Minas Gerais. “Não havia rádio nem televisão. Era o brinquedo que tínhamos, e a vida era um paraíso” lembra Rufino. Um paraíso que não durou. Um dia, uma forte geada se abateu sobre a plantação do pai de Geraldo, e tudo que tinham se foi. Não teve jeito, a família precisou se mudar para conseguir sobreviver. O destino foi a Favela do Sapé, em São Paulo. O menino, ainda criança, percebeu que a vida podia ser bem complicada. 
Divulgação
Rufino defende um sistema de cotas sociais
Divulgação
Rufino defende um sistema de cotas sociais

Geada em MG deu novo rumo à vida de Rufino
Além da pobreza, sofreu a primeira grande perda: a mãe de Rufino, que trabalhava como empregada doméstica, morreu de mal súbito. “Vi meu pai chorando. Eu perguntava para ele ‘cadê a mamãe’, e ele só chorava. Sentia um vazio no coração, parecia que estava faltando alguma coisa, mas não entendia o que estava acontecendo”, relata. 
Aos 11, começou a trabalhar em uma fábrica de carvão. Tempo depois, saiu do emprego e começou a recolher latas em um lixão próximo da favela na qual morava. Decidiu guardar o dinheiro que conseguiu dentro de latinhas, que enterrou em um terreno. Mas, uma obra foi realizada no local e enterrou de vez as economias de Rufino.
Aos 13 anos, Rufino começou a trabalhar no Playcenter. No início, teve dificuldades em se adaptar, pois uma chefe o aconselhava a não entrar na sala dos diretores - todos racistas, segundo ela. Rufino conta que acabou amigo de muitos e que descobriu que a gerente estava enganada. “Acho que ela queria me proteger." 
Proteger e estimular. A mulher o fez voltar a estudar como condição para continuar no emprego. Deu certo. Rufino alçou o cargo de diretor do parque. 
Enquanto ascendia na empresa, decidiu realizar um investimento paralelo: comprou uma Kombi e a deu a um dos irmãos para fazer carreto. Rapidamente o negócio evoluiu para dois caminhões. No entanto, ambos os caminhões se envolveram em um acidente simultaneamente, e Rufino acabou "quebrando".
Arquivo pessoal
Geraldo viveu seus primeiros anos de vida com os pais e os irmãos na roça, em Minas Gerais
Arquivo pessoal
Geraldo viveu seus primeiros anos de vida com os pais e os irmãos na roça, em Minas Gerais
Com os veículos danificados, decidiu desmontá-los para vender as peças e percebeu uma possibilidade de investimento. Era 1985 e nascia a JR Diesel, uma empresa de desmonte de caminhões que em 2013 faturou R$ 50 milhões. “É uma empresa que gera oportunidades e contribui socialmente”, descreve Rufino.
“O negro precisa ter orgulho de ser negro”
Rufino conta que, fora o período no qual acreditou que os diretores do Playcenter eram racistas, nunca sofreu nenhum tipo de descriminação. E mais: não se importa com a opinião dos outros. “Se eu tivesse de nascer de novo, iria querer ser negro, acho um privilégio ser negro.”
Ele também acredita que é preciso lutar contra a desigualdade, mas não crê que exista uma relação direta com a questão racial. “Se você for hoje a uma favela, você vai ver tanto negros, como brancos, amarelos e loiros." Para "vencer na vida", diz, é preciso superar o preconceito. “Se você olhar para o passado, os negros não acreditavam neles, aceitavam a ideia de que eram menores. Os negros que acreditaram que eram iguais e formam hoje a minoria que se destaca tanto no meio empresarial como na política e no esporte”, discorre. “Se é possível o presidente dos Estados Unidos ser negro e ser querido, porque não é possível para os outros?"
“Sou contra o sistema de cotas”

Rufino defende um sistema de cotas sociais
Rufino também não é favorável ao sistema de cotas. Acredita que é mais uma forma de discriminar. "A cota tem de ser social, não racial. Não tem descriminação pior que essa. É uma vergonha mais uma vez colocar na cabeça do negro que ele é inferior. Acho uma humilhação, não uma oportunidade”, argumenta.
Em vez de cotas, defende Rufino, o que o jovem negro precisa é saber que tem competência e que pode sonhar como qualquer pessoa. Ele acredita fazer a sua parte, contando sua história e servindo de inspiração. “Vou à periferia e converso com eles, digo ‘é possível gente, olha eu aqui’. Eu pude e todos vocês podem, vocês tem livre arbítrio.” 







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